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Stranger Dark

sábado, 4 de junho de 2011.


Caminho pelas ruas escuras em busca de algum abrigo, fugindo da forte chuva que teimava em cair esta noite fria e solitária. Suspirei assim que me encostei em uma loja coberta com uma lona na parte de fora, sentando na beira da entrada fechada. Esfreguei meus braços tentando afastar o frio que tomava conta do meu corpo, da minha roupa encharcada. Tão preocupada com o frio não vi quando um sujeito de capa chegou ao meu lado, tirando a mesma.
- O que uma linda garota como você faz por essas ruas à essa hora da noite?
Ele deitou seu sobretudo sobre mim enquanto me observava. Apenas o olhei paralisada, não sabia se pelo medo de ter aparecido repentinamente, se pela bondade do sobretudo ou pela sua beleza magnífica mesmo à noite, com algumas pequenas gotas da chuva caindo de seu cabelo levemente molhado.
- Eu... a greve acabou pegando minha linha.
- Ah, sei. Esses humanos tão preocupados com seu próprio umbigo que não pensam nos outros. Posso saber sua graça?
Arqueei a sobrancelha de leve. De onde surgiu esse sujeito esquisito? Isso eram modos de falar de um cidadão da cidade? Senti como se falasse com meu tataravô, que Deus os tenha.
- Isabella.
- Sou Arthur, digamos que estou aqui de passagem. 
Ele sentou-se ao meu lado, abraçando meus ombros. Não vou negar que era bonito, mas isso não significa que ele tenha que ter intimidades comigo. Levantei-me rapidamente, devolvendo-lhe o roupão.
- Me desculpe, Arthur. Mas tenho que ir.
- Sério? Olha, se quer um conselho, melhor que fique aqui comigo. Eu posso te proteger.
- Proteger? Não, obrigada. Eu sei cuidar da minha vida.
Levantei rapidamente, correndo pela rua quase não enxergando com a forte chuva. Em seguida, senti algo forte me empurrando, o que me fez cair de cara no chão, machucando meus braços e um pouco do meu rosto, cortando meus lábios. Meio dolorida, me sentei e vi horrorizada um homem pálido e berrando de forma medonha como de fome, voando em minha direção. Gritei o mais alto que consegui me protegendo com os braços, quando sinto alguém me carregar tão rapidamente que quando olho estou em cima de um prédio, próxima as escadas de emergência. Era ele que me carregava. Arthur me olhou de forma terna, me colocando suavemente em pé no piso do prédio enquanto dava uma piscadela.
- Eu falei que te protegeria. Da próxima vez, não fuja. Não sabe o quão complicado é correr atrás de nossos protegidos.
Segundos a frente não vi mais nada. Apenas um forte clarão azul que me cegou por uns segundos. Arthur não estava mais lá.

MTR
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Noite Musical



Deitada em minha cama, imaginava como seria vivenciado meu plano. Atenta à minha lição da faculdade, rodava minha caneta entre os dedos com destreza, tal qual um baterista das antigas em relação de amor com sua bateria.
Sorri entrando no clima das músicas em meu Mp4. Amo música. Não sei o que seria da minha vida sem ela. Vida? Não sei se posso chamá-la assim, mas digamos que estou sobrevivendo nessa sociedade caótica onde humanos se sentem os Deuses.
Vi a sombra da porta se movimentar e ver você entrando. Inocentemente, você sorri e fala algo que não escuto devido à música alta em meus fones de ouvido, mas correspondo com um sorriso, sentando na cama em seguida, deixando seus lábios percorrerem meu rosto até meus lábios, deixando um breve beijo. Você continua falando enquanto apenas olho meu caderno com uma foto nossa, abraçados e sorrindo. Mal sabe você o que passa de verdade pela minha cabeça, o que eu sou realmente.
Levanto-me, caminhando lentamente até você que larga seu prato com a janta assim que te abraço por trás e começo a distribuir beijos quentes pelo seu pescoço. Sinto seus arrepios percorrerem pelo meu corpo, você deve estar chamando pelo meu nome, gemendo a cada carícia minha, mas somente escuto minha música preferida, movimentando ao ritmo dela. Fome. É tudo o que sinto.
Começo a tirar sua roupa, te deixando exposto ao frio da cidade que entrava pela janela que deixei entreaberta, bagunçando meus cabelos soltos como se brincasse com eles. Sinto seu coração bater cada vez mais rápido, não posso mais adiar. Eu quero você. Quero sentir você. Quero sentir o quão quente você é. Sorrio de forma a mostrar meus caninos e sem esperar mais cravo os mesmos em seu pescoço branco e sem marcas, ficando cada vez mais manchado com seu sangue.
Sinto você se debater de início entre meus braços, sexo frágil vocês diriam, mas bem que consigo te prender entre meus braços, não é querido? Sinto cada vez mais seu coração acelerado, talvez pelo susto, e seu corpo amolecer aos poucos, talvez em mistura de êxtase e luxúria. Totalmente saciada, deito seu corpo quase sem vida já na cama, manchando os lençóis de vermelho enquanto passo a língua pelos meus lábios, limpando vestígios do seu sangue em mim com sua camisa. Dançando ao ritmo da música termino de me vestir com minha roupa jeans favorita e saio para curtir a noite. Já te falei o quanto amo essa música?


MTR
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